“Do berço ao túmulo, vivemos numa escola; por isso, o que chamamos de problemas, são apenas lições”. De Magistro, Santo Agostinho (354-430)
“Qual é o valor do conhecimento?” Esta é a pergunta que o Jornal O Estado de São Paulo vem fazendo há dias em seu Caderno de Economia.
Ninguém melhor que o consultor americano Peter Drucker que estabeleceu valor ao conhecimento constatando ser ele o único recurso econômico que faz sentido. Já Confúcio, o sábio chinês, pergunta e responde: “O que é o conhecimento? É o passado, o presente e o futuro”. Mas, como é possível conhecer o futuro? – Passando por ele. Portanto, é possível saber o futuro. Basta não ter medo dele.
Não me canso de citar, em minhas aulas, como a águia projeta o seu futuro a partir de seu conhecimento intuitivo. Da espécie das aves, ela é quem possui a maior longevidade, pois chega a viver setenta anos. Mas, para chegar a essa idade, aos quarenta anos, já está com as unhas compridas e flexíveis; não consegue mais capturar suas presas para poder se alimentar. O bico alongado e ponteagudo fica curvado; as asas envelhecidas e pesadas por causa da grossura das penas. Voar com esses problemas fica dificílimo.
Nessas circunstâncias ela tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação que chega a durar seis meses. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher num ninho próximo a um paredão onde não precisa voar. Após encontrar o lugar, ela começa a bater com o bico numa das faces do paredão até conseguir arrancá-lo. Depois de arrancar o bico, espera nascer um novo, com o qual vai arrancar as unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Após isso, ela sai para o vôo da renovação que possibilita a ela viver mais trinta anos. – É o seu amanhecer de novo; pois o amanhecer é uma lição do universo que ensina a todos os seres vivos ser preciso renascer. Sempre.
Na página inteira de seu Caderno de Economia, contendo um enorme espaço vazio, O Estado de São Paulo registra: “A informação está em todo lugar. O conhecimento é difícil de achar. A informação passa. O conhecimento fica”.
Eu não poderia encontrar melhor exemplo para ilustrar tal pergunta que o de Bach (Joannes Sebastian). Dele Mozart (Wolfgang Amadeus) dizia: “A estrutura de sua obra é igual ao desenho perfeito de uma figura geométrica, onde tudo tem seu lugar e não há uma única linha a mais”.
Com o tempo as fontes de conhecimento ficam cada vez mais próximas: Mozart não precisou estudar tudo o que Bach estudou. Como Bach ele conseguia elaborar, mentalmente, suas estruturas e só as colocava na partitura musical uma vez satisfeito com o que compunha. – É só ouvir – e sentir – a sua Flauta Mágica. – Eis aí o verdadeiro valor do conhecimento! Paulo Botelho - Professor e Consultor de Empresas
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