Você dirige alguma equipe? Considera-se um bom gestor, mas deseja tornar-se um líder eficaz? Pois, saiba que muita gente que ocupa cargo de direção acaba acomodando-se e se achando o rei da "cocada preta". Daí, o tempo passa e quando acorda para a realidade já é tarde demais e o recomeço é quase sempre cruel.
Você, por exemplo, já trabalhou ou atua em alguma empresa em que o seu superior, quando tem que comunicar mudanças, começa a reunião mais ou menos assim: "Bom dia. Hoje temos um importante comunicado a fazer: a nossa diretoria resolveu que devemos a partir de agora..."? Ou, então, assim: "Bom dia. O nosso gerente geral achou por bem mudar a nossa política comercial a partir de hoje"?
Para esse tipo de gente, a responsabilidade pelas mudanças nunca é sua e sim dos superiores. É um chefe do tipo bom camarada, amigão, boa praça. Procura estar sempre ao lado de seus subordinados em festas, almoços, jantares, confraternização etc. Nunca contraria as vontades coletivas dos subordinados e recorre às "amizades", para saber como anda o seu prestígio.
Normalmente, é bem articulado e hábil comunicador. Ele sabe usar a energia e o entusiasmo para convencer a sua audiência. Fala tudo que acontece e que a equipe quer ouvir, mas quase ninguém dá a mínima para o que ele diz e quase nada acontece. Ele não costuma cuidar bem dos processos, daí a área que dirige ser desorganizada, visto que todos tentam resolver tudo, quase ninguém se entende e os conflitos são comuns. Além do mais, ele vive "apagando incêndio" e quando cobrado pelos superiores tem sempre uma boa justificativa, na ponta da língua, para explicar suas ineficiências.
Esse tipo de gestor está sempre pronto para comunicar as mudanças, mas nunca está disposta a explicá-las. Além disso, o insucesso é culpa dos outros e as boas ideias sempre são suas. Como nem sempre está atento para aprender com as mudanças, dificilmente tornar-se-á um líder. O mais provável é que continue agindo como o chefe de sempre. Afinal de contas, nos ensina Croft M. Pentz: "A pessoa torna-se sábio, observando cuidadosamente o que acontece quando ele não é".
Para evitar a arapuca dos que se acham acima do bem e do mal e se tornar um líder vencedor e admirado, o gestor deverá agir com sabedoria, recorrendo aos seguintes princípios:
1. Explique detalhadamente o que pretende, mas não diga como a tarefa deverá ser realizada - As pessoas inteligentes não acreditam em mensagem que são comunicadas. Elas desejam entender a razão das mudanças.
2. Use o conhecimento e não a hierarquia - Pessoas inteligentes não se impressionam com títulos.
3. Diga o que fazer, mas não como quer que seja feito - Pessoas inteligentes gostam de ser desafiadas, encontrar os seus próprios caminhos e se sentirem úteis.
4. Identifique talentos abandonando velhos paradigmas - Não se impressione com os candidatos de boa formação. Nem sempre as pessoas com mais capacidade de agregar valor são aquelas melhor educadas ou com mais títulos.
Autor(a): Evaldo Costa